Cumprimentos à Arquidiocese de Manaus pela iniciativa, em especial ao Frei Paulo da Igreja de São Sebastião.
Serafim Corrêa
Fonte: Carol Rocha – A Crítica
Dada a permissão da Justiça Federal para que intervenções emergenciais na capela da Santa Casa de Misericórdia possam ser feitas pela Arquidiocese de Manaus na última quinta-feira (6), reparos pontuais estão nos planos da Igreja Católica.
Entre as emergências apontadas estão a troca de portas e janelas, a construção de um muro do lado de fora e a implantação de um portão na entrada da capela, medidas essas que possibilitarão segurança aos visitantes e ainda está no planejamento a reestruturação do banheiro para o uso dos fiéis. Desde setembro do ano passado acontecem as celebrações dominicais nas dependências da capela. A permissão para que a atividade aconteça foi deferida pela Justiça Federal da 1º Vara do Amazonas.
De acordo com o pároco da Igreja de São Sebastião e responsável pela capela da Santa Casa de Misericórdia, frei Paulo Xavier, o trabalho de reparo é realizado com a ajuda dos benfeitores e comunidade que participam das missas e colaboram através da oferta.
“A Justiça Federal nos garantiu que poderíamos ir em frente na realização das celebrações e a segurança das pessoas que vem aqui aos domingos, por isso, fizemos o muro que é a proteção da capelinha. Pela decisão, ela coloca que a Igreja Católica possa tocar a frente e estamos a partir dos benfeitores preservando este patrimônio”.
O restauro da capela e Santa Casa é de responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Enquanto o restauro não chega, vamos tocando as nossas celebrações. Os benfeitores estão nos ajudando em relação ao que a gente pode fazer imediatamente; por exemplo, é a questão das portas. Quanto a madeira para a construção, temos que ver por que não pode ficar do jeito que está; a gente sabe que os órgãos apreendem madeiras e nós vamos fazer requerimento e buscar de todas formas ajudas”, acrescentou ainda.
Em princípio, o muro ao redor da capela está pronto. O próximo passo é colocar um portão para que não se permita a entrada de vândalos – a mudança de portas e janelas também está nos planos. Na parte de trás de onde é realizada a missa, frei Paulo afirmou que foram instaladas telhas, porém, ainda com todo o cuidado e presença da Igreja Católica e comunidade, o local ainda é alvo de elementos.
“A palavra de ordem é misericórdia. Tendo um olhar para esse local que teve misericórdia por tantas pessoas, agora ele que está pedindo misericórdia, das pessoas, dos órgãos competentes e esse é um jeito da gente poder responder a este apelo”.
A permissão das obras emergenciais veio da 1ª Vara do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) por meio de decisão da juíza Jaiza Fraxe, que também determinou que o prédio centenário da Santa Casa seja retirado de leilão.
Iphan busca recursos
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou, em nota, que o prédio da Santa Casa de Misericórdia vem sendo vistoriado, e que tem compartilhado as informações referentes a essas fiscalizações com o Poder Judiciário.
O órgão afirmou ainda que, de forma voluntária, está empenhada para conseguir recursos para o projeto executivo de restauro da Santa Casa, oriundos do Fundo de Direitos Difusos ou mesmo via TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), não havendo a previsão e nem a certeza da liberação.
Sob a argumentação dos interventores de que não possuíam recursos para uma intervenção no bem, foi determinado pela Justiça Federal que o Iphan faria um plano de ação emergencial e, por conseguinte, a execução do mesmo se daria pelo Governo do Estado do Amazonas. O Iphan ressaltou que “foi feito, afastando, naquela ocasião, os riscos iminentes de perda do imóvel”, finalizou a nota à imprensa.