Do site Consultor Jurídico, por POR MAURÍCIO CARDOSO:
Acaba de chegar à praça a publicação mais esperada pelos advogados depois do Diário Oficial. Trata-se do Análise Advocacia 500, o anuário que traz os escritórios e os advogados mais admirados do país.
Quando foi lançado, o Análise Advocacia era o caçula ousado no meio de um conjunto de publicações estrangeiras famosas. Em cinco anos, a publicação tornou-se a bíblia do setor. Não é exagero: para os departamentos jurídicos das maiores empresas, quem não está no anuário, não existe. A credibilidade foi alcançada com trabalho sério e competente. Para o editor Alexandre Secco, o volume de informações apurado a cada ano permite divisar curvas de tendências expressivas. “Na primeira edição, os maiores escritórios estavam na faixa dos 350 advogados, nesta chegamos à casa dos 500 profissionais”, afirma Secco. Para o jornalista, “um crescimento de 30% é algo muito eloquente”. E é mesmo.
Secco detectou outras características da indústria jurídica contemporânea do país: “o surgimento de novos nomes é uma constante; escritórios novos surgem e disparam; e o número de advogados entre os mais admirados que decidem abrir a própria firma é expressivo”, assinala. Secco chama a atenção também para o fato de que áreas de atuação clássicas, antes dominadas por poucas casas, hoje são praticadas em um número imenso de escritórios. Houve evolução também em relação à qualidade do levantamento qualitativo (“Os Mais Admirados”). A massa de votos que indica atualmente os melhores por setor cresceu.
Em sua quinta edição, o Análise Advocacia está mais robusto em termos de informação e mais bonito em termos de ilustração. Nada menos que 57 páginas das 290 que compõem a obra são dedicadas a mostrar em fotografias caprichadamente produzidas quem são os advogados e os escritórios mais admirados. Não deixa de ser um serviço à comunidade: afinal, advogado tem cara e está disposto a mostrá-la.
Além das fotos, o anuário traz uma série de artigos analíticos sobre temas palpitantes e atuais de interesse do setor. “Quem são e o que querem os estrangeiros“ trata da presença de 17 bancas internacionais no país. Juntos esses escritórios empregam 24.500 advogados pelo mundo — 87 dos quais no Brasil. Uma pesquisa da própria revista demonstra que um quarto das maiores 1.500 empresas brasileiras contrata escritórios estrangeiros que estão no Brasil. E um terço contrata escritórios estrangeiros no exterior.
Outro artigo mostra o avanço das escolas de Direito não tradicionais. “O espaço das novas escolas” mostra que um em cada sete advogados dos grandes escritórios é oriundo de faculdades de Direito não tradicionais. Entre os 85 mil bacharéis que receberam seu diploma em 2008, 13% são de egressos de escolas como a FMU e a Unip, de São Paulo, e a Cândido Mendes do Rio de Janeiro. Se ainda não disputam com a USP ou a PUC em termos de qualidade relativa, elas estão chegando junto quando se trata de números absolutos.
A revista traz ainda a habitual pesquisa sobre O que pesa na decisão de contratar. Mas o que todo mundo quer saber mesmo é o ranking dos escritórios mais admirados nas 12 áreas do Direito elencadas pela Análise Advocacia. Neste quesito, as novidades são menos surpreendentes.
O Pinheiro Neto segue sendo o escritório que mais pontuou aparecendo em posição de destaque em todas as categorias: 10 vezes em primeiro lugar e duas em segundo. É seguido pelo Machado, Meyer, Sendacz e Opice (com cinco citações em primeiro lugar, quatro em segundo e duas em terceiro), Demarest e Almeida (4, 5 e 3), Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga (4, 3 e 3), Tozzini Freire (2, 5 e 4) e Barbosa Mussnich e Aragão (2, 1 e 6).
Os especialistas também continuam mantendo posição. Os campeões de Propriedade Intelectual – Dannemann Siemsen, Gusmão e Labrunie e Momsen, Leonardos e Cia – por exemplo, marcaram pontos apenas na sua especialidade. O Dannemann ainda marcou um terceiro lugar em Direito Ambiental. O Sérgio Mermudes também ficou em primeiro lugar em uma categoria (Cível) e em terceiro em outra (Consumidor). Outros cinco escritórios pontuaram apenas em sua especialidade, na qual aparecem em primeiro lugar. É o caso do Advocacia Mariz de Oliveira e do Reale e Moreira Porto (Penal); do Mascaro e Nascimento e do Milaré Advogados (Trabalhista).
Outro ranking que sempre desperta grande interesse é o dos maiores escritórios. Baseado no número de advogados, o ranking dos maiores muitas vezes premia escritórios cuja especialidade é atender pequenas e milhares de causas. Mas todo mundo gosta de saber e se espanta ao constatar que o país já conta com dois escritórios com mais de 500 advogados. O maior deles é o emergente Bueno Mandaliti, de Bauru (SP), fundado em 2008, que tem 515 advogados. O outro é o Siqueira Castro, de São Paulo, com 509. Em terceiro aparece o Décio Freire, do Rio de Janeiro (372). Veja o quadro com os 10 maiores ao lado.