Amazônia Conectada e Pro Amazônia

Por Osíris Silva:

Duas grandes obras estão em curso na Amazônia: o projeto Amazônia Conectada e o Pro Amazônia. O primeiro compreende o lançamento de cabos de fibra ótica subfluvial abrangendo mais de 7800 km de rios da Amazônia Ocidental, em 5 infovias (rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus), 52 Municípios, 3,8 milhões de habitantes. A finalidade do projeto é proporcionar serviços de telecomunicações, banda larga 3G e os mais variados produtos que possam ser transmitidos via internet (teleaulas, consultas médicas, videocirurgias, atendimentos jurídicos institucionais e particulares, controle de fluxo de embarcações, etc.). Quando atingir sua plena capacidade operacional, proporcionará, com tecnologia nacional, geração de emprego e renda, operação sem danos ao meio-ambiente e notadamente mais barata que o emprego de satélites.

O Amazônia Conectada, gerenciado pelo Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx), avançou com a finalização do lançamento de cabo subfluvial no trecho Coari/Tefé, entre 21 a 23 de março passado, interligando os dois municípios amazonenses num trecho de 242,5 km de extensão. O projeto conta com o apoio de diversas organizações civis da região, que serão conectadas à nova infraestrutura, incluindo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Processamento de Dados do Amazonas S.A. (PRODAM), o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM), o Instituto Federal do Amazonas (IFAM), o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O projeto, segundo informações do Ministério da Defesa deverá consumir investimentos da ordem de R$ 500 milhões, com previsão de conclusão em três anos.

Quanto ao Programa Pró-Amazônia: Biodiversidade e Sustentabilidade tem por objetivo estimular no país a realização de projetos de pesquisa e apoio em diversos campos do conhecimento, tais como agroecologia, água e recursos hídricos, biotecnologia, engenharias, fármacos, recursos pesqueiros, recursos (produtos) naturais, saúde, segurança alimentar e sustentabilidade dos núcleos urbanos. Para tal serão utilizados recursos humanos e de infraestrutura disponíveis em diferentes instituições de sorte a possibilitar a produção de pesquisa e inovação associadas à iniciação à pesquisa e formação de doutores, bem como o apoio à realização de estágio Pós-Doutoral. Serão incentivados projetos que contemplem a participação de empresas sediadas na Região Norte.

Para o diretor geral do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), pesquisador Luiz Renato França, cada região da Amazônia possui especificidades próprias em termos de logística, clima e solo. “Por isso a necessidade de conhecer cada região da Amazônia e desenvolver estudos em cima disso”, afirmou. Outros objetivos do Pro Amazônia compreendem oferecer infraestrutura e suporte logístico para os pesquisadores, desenvolver pesquisas científicas na região e aumentar a vigilância no combate a contrabandos de animais e recursos minerais da Amazônia.

Segundo o Comandante Militar da Amazônia, general Theóphilo Gaspar Oliveira é preciso conhecer a Amazônia para protegê-la e integrá-la às regiões distantes do país. “Nós estamos perdendo a soberania da nossa terra com a exploração e tráfico de minerais e animais”, advertiu. A meta, por conseguinte, é tornar o Pro Amazônia uma referência nacional na área de pesquisa e combinar o crescimento do setentrião brasileiro com sustentabilidade e conservação dos ecossistemas. O Programa é uma parceria entre CMA, INPA, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O general Theophilo Gaspar Oliveira, que transmite o Comando do CMA ao general de Exército Antonio Mioto no próximo dia 15, deixa essas duas obras como importantes marcos para integração e desenvolvimento desta região.