Após a vacinação de pessoas de 50 a 69 anos ser adiada no Amazonas, o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou, nesta terça-feira, 23, que a falta de vacinas é reflexo do negacionismo do Governo Federal com a gravidade da pandemia do novo coronavírus.
A vacinação deste grupo foi anunciada no início do mês, pelo ministro Eduardo Pazuello, para o dia 22 de fevereiro, mas adiada dias antes por falta de doses.
“Ontem houve uma decepção muito grande. O ministro Pazuello, que é nosso conterrâneo, tem errado demais. Ele anunciou que ontem, dia 22, haveria vacinação para pessoas acima de 50 anos. Isso gerou uma expectativa. Quando chegou na sexta-feira passada, ele comunicou que não tinha vacina, porque o Butantan não entregou a vacina que ele esperava que entregasse”, disse Serafim.
O parlamentar afirmou que, além da negação da doença no país, houve descuido com recomendações sanitárias e campanhas contra a vacinação por parte do governo federal. Diferente de países como Israel que investiram cedo na produção de vacinas e que hoje grande parte da população está imunizada.
“Quero rememorar que o que nós vivemos hoje são efeitos de uma causa que vem lá atrás. A causa da negação por parte do senhor presidente da República, que negou a pandemia, a utilidade e a eficácia da vacina. Ficou dizendo que quem tomasse a vacina iria virar jacaré e que ele não se responsabilizava pelo que acontecesse com quem tomasse a vacina. E mais, carimbando que a vacina chinesa era do Dória. Quero dizer que não tenho nenhuma simpatia pelo governador de São Paulo, João Dória, mas temos que convir que se não fosse ele o Brasil não teria nada de vacina”, disse Serafim.
O deputado chegou a exibir um vídeo em que o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, apresenta ofícios enviados em julho, agosto, outubro e dezembro de 2020 ao presidente Bolsonaro, ofertando a compra de 60 milhões de doses de vacinas prontas ainda para 2020 e 100 milhões de doses em 2021. Mas os ofícios foram ignorados pelo governo federal.
“Foi o governo federal que menosprezou a vacina. Quando o ministro Pazuello vem a Manaus e faz um anúncio como se tivesse comprado a vacina que não comprou, ele brinca com a gente, zomba da gente, e põe a população contra os governos. A população que se sente enganada não distingue quem enganou”, disse Serafim.
Segundo matéria divulgada no Jornal O Globo, 200 milhões de pessoas foram vacinadas no mundo, o que tem refletido diretamente na queda de mortes pela doença.
“Vacina é o nosso caminho. Quero dizer que o ministro Pazuello tem que trabalhar mais com a realidade e menos com a fantasia e não prometer aquilo que não pode cumprir. Temos que recuperar o tempo perdido para vacinar, vacinar e vacinar. Esse é o caminho que temos que seguir e deixar os negacionistas, aqueles que negam a eficácia da vacina, falando sozinhos, porque é isso, no mínimo, que eles merecem”, concluiu.