Recebi por uma rede social a notificação da campanha de arrecadação de recursos para pagar a multa de 667,5 mil, imposta ao ex-presidente do PT, José Genoíno, por conta da condenação por corrupção ativa no processo do “mensalão”.
Claramente, a campanha tem a intenção de colocar em cheque a condenação do petista e de criar um clima de comoção entre militantes, já que o não pagamento da multa, no caso específico de Genoino, não tem qualquer efeito no regime da sua pena de prisão e ele mesmo não tem patrimônio sobre o qual pudesse recair uma execução desse valor.
A campanha termina ainda por lançar uma mensagem subliminar para a população. Ora, se Genoino não é um homem rico, se não amealhou patrimônio com as estripulias petistas no “mensalão”, como pode ter sido ele condenado pelo crime de corrupção ativa?
E é na resposta a essa pergunta que está a essência do pensamento petista, não só no governo, mas também na sua atuação no movimento sindical e em ONGs.
É certo que muitos petistas embebedaram-se nas farras do poder e fizeram disso instrumento para a construção de fortunas pessoais. Mas, muitos – como Genoino – não ficaram ricos e agiram sempre movidos pela ideia de que crime para beneficiar o projeto político do partido, não é crime.
São petistas que condenam veementemente a corrupção, desde que ela não seja a favor do PT ou dos seus aliados políticos. São petistas que condenam o crime, mas não se constrangem de andar abraçados com criminosos.
No caso do Mensalão, o crime cometido por Genoino, ainda que não o tenha feito rico, é tão ou mais grave que o de qualquer outro corrupto que tenha ficado milionário. E o fato de não ter ficado rico não o faz menos criminoso.
O crime de Genoino e dos mensaleiros, de comprar votos para aprovar matérias na Câmara dos Deputados foi cometido contra os pilares da nossa Democracia e da nossa República.
Quem dera que os tucanos que compraram votos para aprovar a reeleição do ex-presidente FHC tivessem o mesmo destino dos mensaleiros, poderiam unir PT e PSDB e fazer uma vaquinha só.