Do Blog do Planalto:
A partir da premissa de que é indispensável a parceria público-privada para o crescimento e desenvolvimento sustentável do país, foi criada a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, instalada nesta quarta-feira (11/5) pela presidenta Dilma Rousseff, em solenidade no Palácio do Planalto. A explicação foi apresentada pela própria presidenta, em discurso centrado na importância da gestão compartilhada para a superação de desafios como a erradicação da extrema pobreza e crescimento contínuo do país com controle inflacionário e ampliação da renda, emprego e inclusão social.
A presidenta Dilma Rousseff disse estar convicta de que o Brasil só será de fato desenvolvido se houver avanços e investimentos em competitividade, desempenho e gestão, focos da atuação do novo conselho consultivo. A Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade – continuou a presidenta – é instaurada no momento em que o Brasil se prepara para dar um salto em direção ao crescimento e desenvolvimento sustentáveis.
“Nós temos de garantir que os 190 milhões de brasileiros sejam, de fato, grandes consumidores. Isso significa renda, significa emprego de qualidade, significa agregação de valor e significa, sobretudo, um país sem miséria, neste período que nós estamos. Mas nós temos de conviver com o desafio de combater a miséria e com o desafio de nos transformarmos num país em que a inovação e a educação tenham espaço privilegiado”, afirmou.
A presidenta assegurou que a criação do grupo de trabalho acontece em um momento de definição, uma vez que o Brasil entrou numa trilha de desenvolvimento com inclusão social, crescimento econômico, estabilidade monetária e consolidação fiscal. Ao mesmo tempo, ela fez um alerta: “nenhum país será de fato um país rico com miséria”.
Ao lembrar dos avanços conquistados no governo do ex-presidente Lula, Dilma Rousseff insistiu que tais avanços trazem “a necessidade de ir muito além”, num cenário em que o Brasil precisa de um Estado meritocrático e profissional e de uma relação produtiva entre o setor público e o setor privado.
“Uma relação que não pode ser de oposição, uma relação que não pode ser de conflito ou de interesses conflitantes. Mas uma relação em que Estado e empresas privadas, trabalhadores e sociedade tenham clareza do seu objetivo”, continuou.
Ao encerrar seu discurso, a presidenta afirmou que espera concluir seu governo com a resposta à pergunta feita pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente da Câmara de Gestão:
“Estou entregando um país melhor ou pior do que eu recebi? E quero ser julgada por isso. Agora convido a todos, porque nós temos de perceber que esse é um esforço coletivo também. Eu vou fazer a minha parte, mas eu convido a todos para que trabalhemos juntos, com o objetivo único para responder com um orgulhoso e realizado “sim” a essa singela pergunta. Cada um de nós. Estou entregando um país melhor do que eu recebi? Cada um na sua área pode, em conjunto conosco, dizer um orgulhoso e realizado sim”, concluiu.
Foco na competitividade – Em entrevista coletiva logo após a instalação da Câmara de Gestão, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, informou que a primeira tarefa do grupo será estabelecer as metas e objetivos da Câmara para trabalhá-los internamente.
Já o presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, o empresário Jorge Gerdau, antecipou que o foco será o aprimoramento de custos e receitas na gestão pública e o ajuste da estrutura gerencial do país como um todo.
“Isso é um processo num mais longo prazo, mas a conjugação dos dois temas é de extrema importância nesse cenário de competitividade que hoje o país enfrenta. O mundo evolui e nós temos que acompanhar”, explicou Gerdau.
Gerdau e Belchior esclareceram que a Câmara não tratará de política econômica e que será um ambiente consultivo relativo apenas à gestão. O empresário ressaltou, entretanto, que não há áreas que não obtenham ganhos a partir da implantação de uma metodologia de análise e aprimoramento de processos de gestão.
O foco, continuou a ministra, é discutir competitividade. O primeiro passo será elencar os principais temas para que o país tenha “resultados em um prazo mais curto e com maior impacto”.