Há cinco anos morria meu pai, o ex-governador Miguel Arraes. Naquele dia, a minha sensação era de que, junto com ele tinha ido embora não apenas um pai, mas tudo que ele representava para o povo pernambucano. Achava que seus atos, suas opções, seus pontos de vista, seriam apenas registros fragmentados em livros de História.
O tempo, contudo, me mostrou que a sua força se mantém viva. Para a família, ele deixou muitas lições, como se fosse uma herança. Apontou um caminho que tivemos que trilhar com nossas próprias pernas, mas levando nas mãos uma bússola por ele confeccionada com afinco. Para a população, ele ficou como uma marca que não se apaga.
Descobri tudo isso em parte convivendo com os que me cercam. Porém, descobri muito mais com o povo a quem meu pai dedicou sua vida. Foi andando pelas ruas do Recife, pelos canaviais da Zona da Mata e pelas áridas paisagens do Agreste e Sertão que entendi como o povo via ‘Dr. Arraes’. Hoje gostaria de me dirigir a ele como se fosse possível voltar a sentar na rede do terraço de casa e contar o que acontece por aqui:
‘Pai, é com muita alegria que lhe digo que os seus sonhos estão se tornando realidade. Seu neto Eduardo, meu filho, ao conquistar, em 2006, o Governo do Estado, não se afastou daquilo que foi o seu maior propósito: melhorar as condições de vida dos mais carentes e fazer o Estado crescer.
Agora, ele disputa a renovação do mandato levando na bagagem obras que você tentou de todos os modos implantar em Pernambuco e não conseguiu em virtude da perseguição política que lhe foi impingida pelos detentores do poder federal, apoiados pelos nossos adversários locais.