Por Marcelo Ramos:
Casou com seu primeiro namorado. Construíram um lar, fruto de estudo e trabalho – para eles nada caiu do céu. Construíram uma família, fruto de amor, companheirismo e cumplicidade. Tiveram filhos, como fruto desse amor. Trabalhavam, dividiam as contas e as responsabilidades da casa, faziam dessa luta do dia-dia o alimento que fortalecia o amor e o carinho recíprocos. Foram dois. Depois foram três. Depois quatro, cinco e já eram seis.
Num domingo, foram ao sítio com os amigos do Encontro de Casais com Cristo. O pai não voltou, vitima de um enfarto fulminante durante uma partida de futebol. Já não eram seis.
Agora eram cinco. Ela, viúva com 32 anos e quatro filhos, o mais velho com 12 anos e o mais novo com apenas 3.
Ela nunca poupou esforços para ver seus filhos felizes. Nunca teve limites nas suas demonstrações de amor e de afeto pelas suas crias. Abriu mão de vergonhas, de vaidades, de sentimentos, de sonhos. A sua vida agora era a vida dos quatro.
Se precisasse chorar ao diretor da escola o desconto ou a retirada do juro de atraso para conseguir pagar a mensalidade, ela chorava. Se precisasse ir ao ginásio gritar na torcida pelos seus filhos, ela gritava. Se precisasse chorar com os meninos as suas dores do amor e da vida, ela chorava com se as dores deles fossem suas.
Mãe é algo muito democrático. Tem uma melhor do mundo para cada pessoa. Eu tenho a minha. E essa é a sua história. Era o mais velho daquelas quatro crianças.
Obrigado, Dona Graça. Choramos juntos tantas vezes, nos abraçamos tantas vezes, rimos juntos e comemoramos as vitórias dos outros três tantas vezes que nos transformamos em um só espírito. Devo tudo da minha vida a sua luta, a sua dedicação e ao seu amor.
À Juliana, minha esposa e mãe da Marcelinha de apenas um mês, que comemora o seu primeiro dia das mães, meu amor e meu reconhecimento de como você tem tido dedicação exemplar na missão de ser mãe.
Em nome da Dona Graça e da Juliana, parabéns a todas as mães do Amazonas.