Passadas as eleições e o resultado, no meu caso, tendo sido adverso faz com que ocorram questionamentos sobre o futuro. O site “Politica para políticos” (http://www.politicaparapoliticos.com.br/ ) em texto dos mais lúcidos, de autoria de Francisco Ferraz, traz a resposta que tenho dado e que vou socializar com todos, pela republicação a seguir:
“A DERROTA É O COMEÇO DA NOVA CAMPANHA”
Ninguém disputa eleição para perder. Mas também ninguém pode ter a pretensão de ganhar sempre. Lidar com a derrota faz parte da vida. A maneira como o político lida com o fracasso indica se ele possui ou não as condições para seguir a carreira pública
Ao final das eleições terão ocorrido derrotas por pequena, média e grande diferença, mas, de qualquer forma, derrotas. Terão ocorrido derrotas previsíveis, esperadas, como terão ocorrido derrotas inesperadas e surpreendentes. Abre-se, assim, a fase de administrar o momento, seja ele de derrota ou de vitória.
Administrar a pós-eleição para quem foi derrotado, como é óbvio, será uma situação completamente diferente da administração da vitória. No primeiro momento, predominam os sentimentos de frustração, tristeza, desilusão e até de arrependimento por ter concorrido. Se estes sentimentos persistirem e se cristalizarem, você por certo abandonará a carreira política. Não conseguir lidar com a derrota é o sinal incontestável de uma inadaptação às contingências inevitáveis da política.
Ninguém disputa eleição para perder. Mas também ninguém pode ter a pretensão de ganhar sempre. A maneira como o político lida com a derrota é pois, o sinal, o indicador claro, de que possui ou não as condições pessoais para a carreira política.
O profissional da carreira pública – o político – sofre tanto ou mais com a derrota como qualquer outra pessoa. Diferentemente delas, entretanto, não demora a se recompor e a redefinir o seu futuro em termos políticos.
A primeira tarefa com a qual se ocupar, no plano da análise e reflexão, após o período de “luto” pela derrota, é entender as razões da derrota. É óbvio que há outras tarefas que são, inclusive, prioritárias em relação a esta, mas são de natureza material – a liquidação da campanha – isto é, o pagamento de dívidas, a desativação da estrutura de campanha, a finalização da comprovação das despesas para o Tribunal Eleitoral, a resolução de pendências jurídicas etc.
Encaminhadas e resolvidas estas pendências de natureza mais material, passado o primeiro impacto emocional da derrota, surge então o momento adequado para entender as razões da derrota. Este momento não deve estar nem demasiado próximo da eleição (quando os sentimentos estão ainda muito vivos), nem demasiado distante dela. Dentro de um período de 2 a 3 meses após a eleição pode ser o momento adequado para este exercício.
Entender as razões da derrota
Antes de tudo, é preciso não confundir as reuniões de discussão para entender a derrota com reuniões destinadas a apontar culpados e responsáveis por ela. Este é o risco da reunião feita imediatamente após a eleição. Neste momento, o ânimo está ainda muito exaltado e tende-se a orientar a discussão no sentido da culpa. Em segundo lugar não se trata de uma reunião, e sim de uma sucessão de reuniões. Gastar-se-á tanto tempo para esta tarefa, quanto se gastou para conceber o posicionamento da candidatura e o seu foco.
Além disso, a seleção dos participantes é fundamental para o sucesso do empreendimento. Devem necessariamente participar das reuniões o pessoal de pesquisa, de estratégia, de publicidade, de agenda, de trabalho de campo, alguns cabos eleitorais especialmente escolhidos, a assessoria de imprensa e o coordenador geral.
Também o comando da reunião é decisivo para seu sucesso. Esta não é uma tarefa delegável. Incumbe ao candidato dirigir as reuniões, significando com sua presença ativa a importância que ele atribui a elas. A condução dos trabalhos deve incentivar a livre participação, dentro de regras de procedimento aceitas por todos. O que se deseja é a discussão, animada e até exaltada por vezes, desde que dentro de limites que assegurem sua eficiência e produtividade.
São discussões onde, forçosamente, as opiniões predominarão sobre os fatos e evidências – afinal, busca-se uma interpretação que é sempre um exercício da criatividade e especulação – mas, sempre que possível, deve-se buscar amparar as opiniões em fatos. Se ainda houver recursos disponíveis (ou possibilidade de captá-los), deve-se tentar realizar um survey ou, pelo menos, uma rodada de pesquisas qualitativas para colher informações de eleitores.
Deve-se também estudar comparativamente a publicidade do candidato vitorioso, seu material de campanha, confrontando-os com a sua. Este é um exercício que raramente é feito, mas que é de fundamental importância para entender as razões da derrota. Na maior parte das vezes, a razão da derrota encontra-se nas razões da vitória.
O resultado final desta tarefa deve ser uma explicação lógica e objetiva, não somente das razões gerais da derrota, mas sim a identificação itemizada de quando se errou, em que se errou, porque não se corrigiu o erro em tempo; quais foram as decisões entre alternativas cruciais que encaminharam a campanha para o erro; quais as estimativas não realistas que foram assumidas como certas; qual o papel que decisões imediatistas e emocionais tiveram; etc. Em outras palavras, esta auto-crítica precisa ser impiedosa e absolutamente verdadeira. Somente assim, se conseguirá explicar o porque da derrota, aprender com ela, e entender que “a derrota é o começo da nova campanha”.
Sarafa,
faz tempo que não passo por aqui. Como muitos sou um grande admirador seu. Agora que a eleição acabou, manifesto minha tristeza em não poder ter votado em sua chapa por entender que houve um desvirtuamento de princípios. Tudo o que acreditávamos e defendíamos encontrava em sua candidatura a égide da nossa vontade. Porém, nesse ano, a escolha pelo Alfredo frustrou inúmeros eleitores seus (e do Alfredo, também) sem dúvidas se o senhor viesse (ainda que com pouco apoio, pouco tempo de TV) numa chapa “puro sangue” acredito que teríamos pelo menos segundo turno nessas eleições. Teço esses comentários pensando na grande lição que a Senadora Marina deu em todos nós.
Mesmo que o senhor não ganhasse as eleições tenho certeza que a derrota, caso ocorresse, seria como uma grande vitória. É Sarafa, existem derrotas que nos tornam mais fortes e são experiências melhores que a mais bela vitória. Mas existem, também, derrotas que são só isso mesmo, grandes perdas.
Espero que daqui a dois anos eu e minha família possamos votar com convicção de princípios e na certeza de que o senhor não é um político como os outros. Espero, como seu eleitor, coerência nas próximas eleições.
Sarafa de novo, prefeito do povo!