As dificuldades das empresas no Distrito Industrial estão se aprofundando principalmente em relação ao pólo de duas rodas. O Governo do Estado fez um acordo no qual para evitar demissões, elevou índices de restituição de ICMS e adiou prazos de recolhimento. Dispensou o IPVA para carros novos. Apesar disso as demissões avançaram.
A discussão agora gira em torno de prorrogar ou não essas medidas.
O debate é valido, mas entendo que a crise é outra: é de crédito. Em relação ao pólo de quatro rodas que fica no sudeste do país o Governo federal reduziu tributos e viabilizou crédito. Aqui fizemos a primeira parte, mas não conseguimos fazer a segunda, já que fora do nível local de decisão.
Ainda em dezembro, a reivindicação foi feita ao Governo Federal, mas não foi atendida. A economia funciona como uma engrenagem. Se uma peça falhar, para tudo. No caso, não adianta diminuir tributos, manter a produção, se os compradores não se habilitam exatamente pela falta de financiamentos.
O pior será o efeito dominó. Não havendo financiamento, não haverá compra. Não havendo quem compre, a produção será reduzida, pessoas serão demitidas, impostos deixarão de ser recolhidos.
Com a palavra o Banco Central.
É certo que a crise tem telação direta com a falta de financiamentos mais longos e mais baratos (com parcelas que caibam no bolso dos consumidores). Portanto, no meu entendimento, o Governo do Estado equivocou-se ao tentar estimular as empresas do pólo de duas rodas com redução de ICMS, de vez que em nada impactará no nível de suas vendas e, consequentemente, de sua produção. Por outro lado, não se mostra viável (como nunca se mostrou) realizar acordo com o setor produtivo a fim de que ele não desempregue, tendo em vista que, mais cedo ou mais tarde, as demissões deverão ocorrer, frente à redução das encomendas de motos.