Hoje o Canto da Peixada completa 35 anos de existência. É o mais antigo restaurante de Manaus. Eu estive lá na véspera da inauguração e participei do jantar de pré-inauguração.
Estavam presentes Alvaro Cesar de Carvalho, Joaquim Ferreira Campos, Prof. Cleomenes do Carmos Chaves, o tio Quelé, Joaquim Ferreira Campos, Luiz Humberto Rosas, Manoel do Carmo Chaves Neto, o Maneca e eu.
Éramos todos amigos do Luiz Martins Farias, o Luizinho, alfaiate de todos, que resolveu entrar no ramo tendo como sócio o Aldenor Ernesto de Lima, a quem não conhecíamos, mas de quem logo todos nos tornamos amigos. Depois o Luizinho decidiu sair do ramo e continuar na sua atividade tradicional e o Aldenor tocou o barco.
O Aldenor é uma figura singular, simpático ao extremo, conversador e tudo o que diz prova. Ainda hoje conserva expostos no restaurante o prato, talheres, toalha, juntamente com uma foto de quando serviu o almoço para o Papa João Paulo II em sua primeira visita a Manaus, em 1980.
Ao longo do tempo, viveu situações que merecem ser contadas. Certa feita, no início dos anos 80, o dono do Bradesco, Amador Aguiar, que embora fosse muito rico, era simples; estando em Manaus, pegou um táxi que o levou até o Canto da Peixada. Jantou e na hora do pagamento puxou um cheque do Bradesco e o garçom disse que era ordem do dono do restaurante não receber cheque daquele banco. Seo Amador, então, pediu que chamasse o dono do restaurante e quis saber o porquê da recusa.
Aldenor com a sua sinceridade de caboclo do Cambixe foi direto:
“Cheque desse Banco em geral não tem fundo. Por isso eu não recebo mais”.
O seo Amador ficou irritado, pediu que ligassem para o Gerente do banco que era, se não me falha a memória, o Borba, apelidado de Lato, por conta da careca que o tornava um sósia do ponta-esquerda da seleção da Polônia.
Imaginem a confusão que foi. Ao final, Aldenor recebeu o cheque e algo mais: o convite para que na semana seguinte viajasse a Cidade de Deus, em Osasco, onde fica a sede do Bradesco, levando a cozinheira e todos os insumos necessários para preparar e servir na Presidência do Bradesco costela de tambaqui para toda a diretoria. Tudo pago pelo banco.
Aldenor foi, e exibe orgulhosamente as fotos ao lado do Seo Amador e diretores, entre eles Lázaro Brandão e Márcio Cypriano, que depois o sucederam na Presidência, e passou a ser cliente do Banco.
Meus cumprimentos ao Aldenor que, tendo 70 anos, passou metade da sua vida no Canto da Peixada fazendo peixe do jeito que a gente gosta. No meu caso, a bisteca de tambaqui, e na sua falta, a costela de tambaqui.
Parabéns, Aldenor.
Seo Sarafim,
Refaça o seu elenco de amigos pois esses aí que o Senhor apresentou,já estão ao lado do Supremo Arquiteto do Universo, e por serem todos nacionalinos,temos certeza que são da SELEÇÃO do CÉU.
Parabéns ao Sr. Aldenor! É de gente assim, que trabalha e gosta do que faz, que sentimos orgulhos de sermos amazonenses!!! Espero que o restaurante mantenha a qualidade, o bom serviço por pelos menos os próximos 35 anos!!!
Prezado Sarafa,
Depois que descobrí seu blog, todos os dias, logo pela manhã (tenho feito parte dos brasileiros “temporariamente” sem emprego), venho ler os novos artigos e novidades!Me delicio com assuntos regionais, me informo com assuntos nacionais e fico por dentro do que é REALMENTE notícia, através de um blog sério e bem escrito (erros gráficos e de concordância são indignantes nos demais blogs…).
Enfim, essa matéria do aniversário do Canto da Peixada, chama atenção de cidadãos que, como eu, não conheciam a história(ou não são daquí), sempre tiveram a vontade de conhecer o lugar e, agora mais do que nunca, passarão a olhar o restaurante com outros olhos…História linda, de determinação e amor ao que se faz!
Viva o Canto da Peixada!
Viva, um Blog de qualidade!!!!
Abraço.
que legal…=]]
Pensei que o restaurante mais antigo de manaus fosse o galo carijó. Muito bacana, a história…
Cara PERNAMBUCANA:
Obrigado por ler o Blog. E mais que isso: elogiar o Blog. Isso aumenta a minha responsabilidade.
Sobre o Canto da Peixada realmente é uma referencia no que diz respeito aos nossos pratos regionais.
Obrigado
Daniel: o Galo Carijó é de 1975, um ano depois do Canto da Peixada
Prezado Sr. Serafim Corrêa
Sou aluna da Faculdade Boas Novas e estou cursando o 3º período de Jornalismo, gostaria de ter a honra de entrevistá-lo para tratarmos sobre nossa querida cidade de Manaus.A entrevista trata-se de um trabalho acadêmico, que posteriormente será exibido a todos os alunos da faculdade.
Aguardo Resposta,
Att. Lorena Gonçalves.
Saudades dessa epoca ,lembra minha adolescencia.
UM abraço de;RITA DE CASSIA VALOIS CAMPOS FILHA DE JOAQUIM FERREIRA CAMPOS.