‘PLUGADO NO SABER” FAZ ESCOLA

Em 2005 os professores Sérgio Freire e José Dantas Cyrino, então Subsecretário e Secretário de Educação de Manaus, procuraram-me para propor a implantação de um programa no âmbito da rede municipal de ensino, que consistia em premiar o aluno de maior nota de cada uma das cerca de 400 escolas municipais com um computador, assegurando-lhe um curso para ele e um parente (podia ser a mãe, um irmão, o pai, enfim um parente) no qual os dois aprenderiam a manusear o equipamento. Eram dois os objetivos: premiar o mérito e inserir progressivamente os alunos no mundo digital.

Fizemos as contas e verificamos ser possível lançar o programa, que foi batizado, por proposta do Sérgio, de “PLUGADO NO SABER”.

Nos quatro anos foram quase 1.700 computadores, entregues dentro de um universo de quase 250.000 alunos (Manaus tem o terceiro maior número de alunos dos Municípios brasileiros, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro) ao 1º colocado da escola.

Foi um primeiro passo de uma administração que, se tivesse os recursos suficientes, faria a inclusão digital completa do seu alunado, ou seja, um computador por aluno.

Lamentavelmente quem veio depois de mim acabou com o “PLUGADO NO SABER”, como, aliás, acabou com tantas coisas boas que implantamos, como o REMÉDIO FÁCIL e o PASSAFÁCIL.

Essa idéia pioneira – PLUGADO NO SABER — se propagou pelo Brasil, a par de outras experiências igualmente exitosas de outras administrações. Os municípios, porém, são os que menos recursos possuem, sendo esse fator impeditivo para transformar boas idéias em ações concretas.

O Governo Federal, que pode quase tudo, teve uma iniciativa das mais louváveis. Através da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, criou o PROUCA – Programa Um Computador por Aluno – através do qual retirou todos os tributos incidentes sobre esses computadores para que venham ser adquiridos pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, objetivando baratear o custo, permitindo a inclusão digital dos alunos.

No primeiro momento o MEC comprou 150.000 computadores que distribuiu em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Piraí (RJ) e Palmas, e agora abriu o seu registro de preços para que Estados e Municípios usassem a mesma ata para adquirir com recursos próprios ou do BNDES computadores por um baixo preço, no nosso caso, por R$ 344,18, a serem entregues aos alunos das redes municipais e estaduais de graça.

Estou alegre com isso. Afinal, o “PLUGADO NO SABER” foi um dos primeiros programas, senão o primeiro, a caminhar na direção da inclusão digital, que agora vai ganhar dimensões nacionais.

Agora, por outro lado, estou triste porque em 2007 o deputado Marcelo Serafim ( PSB-AM) conseguiu aprovar uma emenda no Orçamento da União para equipar com Centros de Inclusão Digital 220 escolas municipais de Manaus. No fim de 2008 consegui que ela fosse empenhada. Em junho de 2009, quando eu não era mais Prefeito de Manaus, o Ministro Sérgio Rezende veio à Manaus e eu o visitei na sede do INPA. Ele falou-me da emenda e eu pedi, mesmo não sendo mais o Prefeito, que ele mandasse pagá-la, o que aconteceu dias depois.

Passou-se um ano e a Prefeitura de Manaus nada fez, mantendo o dinheiro na conta. Depois, pediu mais um ano para fazer alguma coisa. Já se passaram seis meses e nada aconteceu.

É uma administração difícil que não consegue fazer acontecer, nem tendo o dinheiro na conta.

O que espero é que Manaus use o dinheiro que já está conta para a inclusão digital e, também, siga o exemplo do Rio de Janeiro, Uberaba e São Bernardo do Campo, que já vão disseminar os computadores do PROUCA como se lê abaixo da matéria retirada do site do MEC:

Prefeituras começam a adquirir computadores para as escolas

Do site do MEC por Adriane Cunha:

Rio de Janeiro, Uberaba (MG) e São Bernardo do Campo (SP) foram os primeiros municípios do país a aderir à ata de preço do Ministério da Educação que possibilita a compra de computadores portáteis para estudantes das redes públicas, dentro do Programa Um Computador por Aluno (Prouca).

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou que o computador portátil chegará na escola a 200 dólares, com toda a logística de entrega, garantia e instalação. “Isso combinado com a capacitação de professores e oferta de conteúdos educacionais. De nada adianta o computador se não houver a formação dos professores”, afirmou.

Em uma primeira etapa, o Rio de Janeiro comprará 112 mil computadores, o que representa o atendimento de 20% dos 650 mil alunos da rede pública municipal. A prefeitura vai utilizar a linha de crédito ofertada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, explicou que, como a rede é muito grande, os equipamentos serão enviados primeiro para escolas de tempo integral e ginásios do amanhã (localizadas em comunidades carentes), beneficiando alunos de primeiro ao nono anos. Claúdia destacou também que já desenvolve, com a secretaria de Educação a Distância (Seed) do MEC, um portal de aulas digitais para todas as disciplinas, usado por toda a rede escolar.

Para o prefeito de Uberaba, Anderson Adauto Pereira, a aquisição do computador portátil é um passo decisivo para o aprendizado futuro dos estudantes do seu município. “O computador é uma ferramenta de trabalho para a criança”, disse.

De acordo com Pereira, a prefeitura vai adquirir 1.020 computadores para alunos de sexta a nona séries de cinco escolas. Os professores também receberão. Uma gincana foi realizada entre as escolas urbanas e rurais, para a escolha das que participarão da primeira fase de implementação do projeto, previsto para o primeiro semestre de 2011.

A secretária municipal de Educação de São Bernardo do Campo, Cleusa Repulho, afirmou que o projeto pedagógico do município será focado nos alunos de oito a dez anos. Serão comprados 15 mil computadores portáteis para os estudantes e 5 mil para professores de 69 escolas. “No nosso município o computador será usado em grupo e individualmente, conforme a atividade desenvolvida”, disse. A rede municipal de São Bernardo tem 90 mil alunos.

Estados, municípios e Distrito Federal podem adquirir os computadores portáteis com recursos próprios ou com linha de crédito concedida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No caso de opção pela linha de crédito do BNDES, é necessário recorrer a agentes financeiros credenciados, com limite de compra de 25% do total de alunos da rede pública estadual ou municipal. Para as regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, cada equipamento custa R$ 344,18, com entrega, garantia e instalação; para o Nordeste e o Sul, R$ 376,94, com os mesmos serviços.

Cada equipamento tem quatro gigabytes de armazenamento, 512 megabytes de memória, tela de cristal líquido de sete polegadas, bateria com autonomia mínima de três horas e peso de até 1,5 quilograma. É equipado para rede sem fio e conexão de internet, além de itens de segurança.

Instituído pela Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, o Prouca faz parte da política nacional de tecnologia educacional do Ministério da Educação. O programa teve início em 2007, em fase experimental, em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Piraí (RJ) e Palmas. Este ano, na segunda fase do projeto, foram distribuídos 150 mil computadores a estudantes de 300 escolas da rede pública. Os professores passam por capacitação para uso do equipamento em projetos pedagógicos.