A construção de creches é mais que um instrumento de política educacional, é também assistência social, já que além de iniciar a criança na atividade escolar, possibilita à mãe ir ao trabalho ou cuidar de seus afazeres domésticos com a tranquilidade de que seus filhos estão sendo cuidados em espaços adequados e sadios.
Todos os governantes que passaram pela Prefeitura de Manaus têm uma dívida histórica com a cidade, em especial com as mulheres-mães e com as crianças. Em quase 340 anos de história apenas uma – isso mesmo uma – creche foi construída em Manaus, a creche Eliana Freitas de Moraes, localizada bairro Riacho Doce, entregue no ano de 2008 pelo ex-Prefeito Serafim.
Durante a campanha eleitoral do ano passado, o Prefeito Amazonino prometeu a construção de 1.000 “creches solidárias”, mesmo sem saber bem o que era isso, seus eleitores viram na proposta um compromisso com o atendimento de crianças e mães.
Acontece que passados 9 meses da atual administração, a única medida do Prefeito em relação a creches foi tomada no último dia 23 de setembro, com a publicação do Decreto n. 289 que anulou os recursos previstos para construção de creches em 2009.
Com a medida, o Prefeito acaba com qualquer possibilidade de novas creches esse ano e demonstra não ter qualquer compromisso com as crianças e mães de Manaus e muito menos com as suas promessas de campanha.
As pessoas que já esperam pelo caminhão-gabinete-intinerante, pelo caminhão-internet, pelos R$ 60,00 da bolsa-família, pela solução dos problemas do transporte e trânsito e a pela água na torneira, agora também esperarão sentadas pelas 1.000 creches solidárias, seja lá o que for isso.
Sem creches Manaus será uma cidade mais triste e com menos esperanças, porque sem educação não há futuro.
Amazonino é assim, cancelou a dotação orçamentária para construção de creches e, segundo um jornal local, saiu no meio da semana pra pescar com seus secretários.
Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PSB. www.vereadormarceloramos.com.br