O Tietê já foi um dos cartões postais da cidade da cidade de São Paulo. Hoje é um rio morto, exemplo deprimente de desrespeito ao meio-ambiente.
Entre as intervenções degradantes que atingiram este curso de água, está a construção de uma via marginal, a famosa Marginal Tietê. A construção da marginal foi o tiro de misericórdia que fez do rio um esgoto a céu aberto. Há anos se gastam milhões de reais para tentar ressuscitá-lo. Tudo em vão. Ele continua morto!
Manaus possui o único corredor ecológico urbano do Brasil, o Corredor Ecológico Urbano do Igarapé do Mindu, instituído pelo Decreto 9.329 de 26.10.2007, último resquício de mata contínua urbana pública da cidade de Manaus.
O Igarapé do Mindu tem hoje um papel importante na regulação ambiental de suas áreas adjacentes, cumprindo as funções de absorção das águas de chuva, abrigo de animais, manutenção da vegetação que o margeia, embelezamento da cidade, espaço de lazer e educação ambiental, entre outras.
No entanto, anos de descuido deixaram o Mindu doente.
Para curar o doente, o Prefeito anterior aprovou, junto ao Governo Federal, o Projeto de Revitalização do Igarapé do Mindu que consiste na construção na faixa do Corredor Ecológico do Mindu de áreas de lazer, parques, ciclovias e uma pista, na área onde é possível construir sem degradar, além de garantir o tratamento de todo o esgoto despejado nesse curso d´água. O Projeto prevê um investimento de R$ 120.000.000,00 (cento e vinte milhões de reais).
Para surpresa de todos, o atual Prefeito substituiu o projeto pela construção de uma pista marginal por toda a extensão do igarapé (tal como o Tietê), devastando toda a encosta, aterrando as margens alagadas, cortando no meio o Parque do Mindu (isso mesmo a pista dividirá o parque no meio) e passando dentro da Reserva de Reserva Particular do Patrimônio Natural da Honda.
Assim é Amazonino! Se a cidade está doente, não dê remédio, dê um tiro de misericórdia e acabe com o problema.
Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PCdoB. WWW.vereadormarceloramos.com.br