Prosamim

O Senado acaba de aprovar o empréstimo de mais US$ 77 milhões, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para o Prosamim. Se essa aprovação não fosse feita agora, o Amazonas perderia a verba.

Estava em cima da hora. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) não conseguiria número para reunir e fazer a necessária análise. Caí em campo, em busca da única alternativa regimental para substituir essa reunião, que é a coleta de pelo menos 14 assinaturas. Devo ter obtido 20. Fiz o relatório, apresentei em plenário e os senadores Jefferson Praia (PDT-AM) e João Pedro (PT-AM) ajudaram na aprovação.

O Prosamim faz em escala maior aquilo que, quando fui prefeito de Manaus (1989-1992), a Prefeitura realizou no igarapé do Franco, na Avenida Brasil, bairro da Compensa.

Os mais antigos hão de lembrar que, até então, o curso d’água era pontilhado por palafitas e estas ligadas aos sanitários através de passarelas de madeira. O esgoto era o próprio igarapé.

Corrigimos o leito, construímos a segunda pista – o tráfego era feito em pista única, com apenas duas faixas, uma para mão e outra para contramão – e realocamos as casas no terreno resultante do aterro.

Tudo isso foi feito na recessão do governo Sarney e na inflação do governo Collor, quando as verbas do Município eram ainda mais minguadas. E com recursos próprios. Agora, com a ajuda do BID e o Estado navegando nas águas tranquilas da estabilidade econômica, o Prosamim espalha pela cidade o princípio didático que deixamos no igarapé do Franco e também no igarapé do Coroado.

Nunca deixei de aprovar nada ligado ao Prosamim. Consegui, inclusive, que a aplicação da verba seja fiscalizada de perto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e, para isso, tive que retardar uma das fases da aprovação de um empréstimo, sem, porém, obstaculizá-lo.

Espero que esses US$ 77 milhões façam bem às populações mais carentes de Manaus. Meu esforço para aprovar tal empréstimo, sem olhar conveniências partidárias, eleitorais ou pessoais, se baseou no mesmo princípio que norteia todas as minhas ações – o espírito público.

Recesso

O Senado Federal entrou em recesso. Não há, contudo, qualquer possibilidade de que nos afastemos das duas metas mais urgentes da agenda política brasileira, ou seja, o afastamento do presidente José Sarney e uma reforma profunda na Casa.

O Senado completou, em 6 de maio, 183 anos. A crise em que mergulhou serviu para mostrar a necessidade de enxugar o quadro de funcionários e estabelecer regras para o funcionamento da instituição, capazes de torná-la coerente com o novo momento da Democracia brasileira, onde a transparência e a parcimônia no uso dos recursos públicos são exigências basilares.

Agradeço pela enorme compreensão, nas ruas do Brasil inteiro e em particular entre o povo amazonense, quanto à luta que tenho travado. Estou impressionado com a capacidade popular de compreender o mal que um Agaciel Maia causa à vida pública nacional e do quanto é difícil combatê-lo com a firmeza e coragem com que procuro fazê-lo.

Consegui destravar língua de muito “ético” que estava calado no Senado. A luta continua.

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