Iniciei nesta quarta-feira (15/04) a coleta de assinaturas para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar as causas do baixo crescimento econômico do país, a partir do início da década de 1980.
Cabe ao Congresso abordar, com a devida profundidade, os grandes temas da vida nacional, sempre com o intuito de encontrar as melhores soluções para o Brasil. E, decerto, as questões referentes ao crescimento econômico merecem um lugar de destaque na agenda estratégica do país.
Entre as décadas de 1930 e 1980, a taxa média anual de variação do PIB brasileiro foi de quase 6%. De 1981 até os dias de hoje, contudo, essa média recuou para menos de 2,2%.
Por que uma disparidade tão acentuada entre os dois períodos? Por que em cinco, dos últimos 28 anos, nosso crescimento foi negativo? Por que em três apresentamos taxas inferiores a 1% e em outros três não chegamos aos 2%? Por que as retomadas do crescimento não foram duradouras? Por que diversos outros países emergentes cresceram muito mais? Por que muitos países ricos cresceram mais que o Brasil, quando seria de esperar que estivéssemos diminuindo, e não aumentando, as distâncias que nos separam desses países?
É preciso averiguar se o crescimento foi obstado por entraves comuns a todo o período. Vínhamos de uma forte recuperação nos últimos dois anos, antes que a crise nos atingisse. Após a crise, estamos aptos a retomar essas taxas e mantê-las no longo prazo? Já dispomos de condições de crescer a um ritmo ainda mais acelerado? Ou incidiremos, de novo, numa trajetória de stop-and-go, ou seja, de avanços seguidos, no curto prazo, de novos refluxos?
Com base nas conclusões que venha a apresentar, a CPI deve propor caminhos que nos recoloquem na senda do desenvolvimento sustentado, apto a realizar a convergência com os níveis de riqueza dos países desenvolvidos. Esses novos caminhos devem se harmonizar com a economia do conhecimento, a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social.
A nova CPI, semelhante à CPMI do atraso tecnológico, que funcionou no Congresso no ano de 1992, pode alcançar o mesmo sucesso e ajudar a construir um futuro melhor para o Brasil. Ela representa uma oportunidade de ouro para vencer sectarismos, superar abordagens compartimentadas e unir os mais diversos segmentos em torno do objetivo nobre e relevante do crescimento econômico do país.
Deputado Federal Rodrigo Rollemberg. Líder do Partido Socialista Brasileiro na Câmara dos Deputados