- Arena da Baixada desistiu de telhado retrátil e corre contra o tempo para ficar pronto neste ano
Manaus não terá na Copa do Mundo de 2014 o estádio mais sustentável do país. Curitiba também não receberá seus jogos em uma arena com cobertura retrátil. Ambas as cidades não conseguiram cumprir seu cronograma original de obras para o Mundial do ano que vem e tiveram que desistir de seus projetos ambiciosos para tentar concluir seus estádios dentro do prazo estabelecido pela Fifa, que acaba dia 31 de dezembro.
As duas sedes da Copa estão entre as seis que ainda não terminaram as obras de suas arenas para o evento. São Paulo, Natal, Porto Alegre e Cuiabá completam essa lista. A capital do Paraná e do Amazonas, no entanto, foram as únicas que já oficializaram que não conseguirão concluir tudo o que haviam prometido até o início Mundial. Esse fato não afeta a participação das duas no torneio da Fifa.
Curitiba foi a primeira a abandonar seu projeto original de estádio. Em agosto, membros da Fifa acordaram com representantes do Atlético-PR que a ideia de instalar uma cobertura retrátil na Arena da Baixada precisava ser adiada.
A arena pertence ao Atlético-PR, mas sua reforma está sendo bancada com a ajuda de recursos públicos. Inicialmente, a obra no estádio o tornaria o primeiro do país a ter um telhado que abre e fecha conforme as condições climáticas, já em meados de 2014. Devido a atrasos, o projeto da cobertura será retomado só após o torneio.
“Fizemos um pedido para a cidade e o clube de adiar a cobertura retrátil para que o estádio esteja pronto para a Copa”, disse o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, após a reunião que selou o adiamento da ideia.
Meses depois da Arena da Baixada, foi a vez da Arena da Amazônia também desistir de seu projeto de sustentabilidade. Em outubro, o governo do Estado admitiu que não haverá tempo suficiente para que um sistema para geração de energia solar no estádio esteja pronto para o Mundial de 2014.
O projeto da usina tinha sido feito com ajuda do banco KFW (banco de desenvolvimento do governo federal alemão para países emergentes). A estatal Eletrobras chegou a se reunir com secretários de governo para ajudar na instalação de painéis de captação de energia proveniente dos raios do Sol no estádio. Tudo isso, porém, só deve ser feito após a Copa.
Corrida contra o tempo
As mudanças de planos, no entanto, não são garantia de que a Arena da Baixada e a Arena da Amazônia ficarão prontas até o final do ano, como quer a Fifa. A pouco mais de um mês do final do prazo, o estádio de Manaus ainda tem 9,5% do cronograma de obra a cumprir (está 90,5% concluído). Já a Arena da Baixada, segundo último balanço, está 83% pronta. O dado foi divulgado no final de setembro.
O UOL Esporte entrou em contato na segunda-feira com o Atlético-PR para obter um dado mais atual do andamento da reforma. Não recebeu resposta. Caminhando pelo lado de fora do canteiro de obras, a reportagem constatou que ainda há muito o que fazer. Até os operários que trabalham na arena não acreditam que ela esteja pronta em dezembro.
Os outros estádios também têm que correr para estarem prontos dentro do prazo. A Arena Pantanal, em Cuiabá, ainda não chegou aos 90% de seu cronograma; Arena das Dunas, em Natal, e o Itaquerão, em São Paulo, estão 94% prontos. O Internacional, clube dono do Beira-Rio, em Porto Alegre, informou que o estádio está 92% concluído.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou na terça-feira que confia que todos os estádios da Copa do Mundo estarão concluídos ainda neste ano.